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O Jardim do Éden (ou) Aldónio, não te abandonaremos.
Posted by fractalview
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18:03

Após tão preemente post do meu camarada PDQCiano, e como representante da facção extremista do partido, sinto-me na obrigação de procurar incutir moral nas tropas. "Tropas", pensará o confuso leitor? "Tropas", sim, porque, segundo a lógica (mesmo que às vezes esta surja em forma de batata - a murro), qualquer cidadão de um país cujo hino incita a "contra os canhões, marchar, marchar" deve ter alguma ligação ao exército. Nem que seja o da imagem que ilustra este pedaço de despretensiosa e curta prosa.
Mas adiante, que se faz tarde. O facto de termos nascido da inclinação do anjo Gabriel para os enchidos e para as costeletas de borrego não é inocente. Decerto, em concílio com os restantes anjos, Gabi, como é conhecido em terras de Éden, deverá ter discutido as possibilidades de epifania conjunta para este grupo de desocupados.
Talvez tivessem avançado com a proposta do futebol, mas essa decerto seria liminarmente rejeitada devido ao desinteresse de 1/3 da matilha. O tintol, usado mais tarde para iluminar Leonel Nunes e o seu partido, reuniu um quase-consenso na angélica assembleia, mas a conclusão lá surgiria: uma garrafa inteira de Gazela fresquinha "degustada à golada" num jantar de gente que fingia ensinar a juventude de amanhã não era suficiente para provar que outro 1/3 do partido era digno da enologia divina.
Assim, e dada a polivalência do restante 1/3, um dos anjos, creio que o Nélson (AKA "Né", ou "Bebé"), lá sugeriu: "eh, pá, sabes qual era a única coisa de que esta gente não se desinteressaria, mais cedo ou mais tarde?".
Perante o olhar inquisidor de Anjo Sérgio (filho da Anja Graciete), Nélson retorquiu: "Não sejas porcalhão, mano, não é isso. Estou a falar de COMER!!!"
Estava escrito no firmamento: seria esse o ponto de partida para as divagações de um novo grupo de "Vencidos da Vida". A análise do molho de francesinha e a discussão da legitimidade do "fondue" num mundo de arroz de sarrabulho. Assim, da cola gastronómica que unia as peças deste estranho puzzle, surgiu o PDQC. E com ele, a estória de Aldónio, Ti Chico Larilas e Cia., sujeitos que viriam a mudar a história.
E lá em cima, algures por cima do buraco do ozono, empoleirado numa nuvem, tentando tornar Ártemis mais parecida com Afrodite, o anjo Gabriel sorri e diz: Não te abandonaremos, Aldónio.