0
A solução para a crise (ou) o dirty little secret: quantos já desejaram secretamente experimentar croquetes Pedigree Pal?
Posted by fractalview
on
14:27
in
comida de cão,
coq au vin,
crise,
manteiga das Marinhas,
pedigree pal,
torradas
Num ano de 2009 em que a palavra de ordem parece ser "CRISE", os gourmets portugueses parecem enfrentar cada vez maiores dificuldades para facultarem ao palato guloso uma vichyssoise, um coq au vin ou mesmo uma simples bruschetta (que pudemos, através da cozinha sábia do AJOG, confirmar como sendo de facto, coisa digna de se comer com a boca aberta). Claro que tudo isto se poderia substituir por um vulgo creme de natas, um arroz de frango em vinha de alho ou com um pão torrado com azeite, alho e tomate, mas os ouvidos também comem e há que chamar os bois pelos nomes (neste caso, o Nero e o Regueifa, que são os bois do agricultor local, que os mima como se de filhos seus se tratasse).
Fait divers (mergulhadores de fé, escrito por uma brasileira da turma do Q.) à parte, o que preocupa os portugueses é, de facto, a falta de comida. Mas...fear no more, oh yee of little faith, porque encontrei a solução. Não farei suspense. Passarei a explicar. Na linha abaixo.
...
Ou na outra.
...
Se calhar mais à frente.
...
Já nem sei se terá interesse.
...
Achas?
...
Tá bem, eu digo: a solução, caro leitor, apresenta-se na forma de uma suculenta, aromática e bem saudável para os dentes comida de cão! Sim, comida de cão. Não me diga, caro leitor, que nunca se sentiu tentado a provar um daqueles croquetes para cão da Pedigree Pal ou uma latinha daquela carninha picada, que faz lembrar paté de atum? Decerto que sim. Pois bem, eu também, mas nunca o fiz. Porquê?
Porque não sou absolutamente parvo e primitivo (pelo menos, neste aspecto) e porque prefiro rojões. Mas isso não quer dizer nada, porque, caso a ideia pegasse, por esse mundo fora milhares de pessoas teriam ao seu alcance um saco de 10 kilos de ração a baixo preço e que, misturada com um queijo de cabra "Palhais" e uma colherzinha de geleia, daria uma sobremesa de estalo!
Assim, e em jeito de término, proponho uma breve homenagem a Christine Drummond (e eu que sempre desconfiei de pessoas com sobrenomes de brasileiro bossa-nova) e à sua Mighty Mix, beneméritos ilustres, cuja contribuição para a fome no Mundo continua a ser invejosamente subvalorizada, principalmente pela concorrente AMI, que pensa que, lá por trazer o arroz à parte, é melhor do que as outras. Portanto resta-me deixar aqui, pelo menos, uma breve referência a esta personalidade ímpar e à sua acção em prol da gastronomia...animal:
"Uma das principais marcas de comida para cão da Nova Zelândia ofereceu 42 toneladas de alimento para animais para o Quénia, onde a fome está a vitimar milhões de crianças. A notícia foi avançada pelo jornal Nation, que dá conta também da recusa do governo de Nairobi em receber a doação.De acordo com um porta-voz do governo queniano, o director dos serviços de saúde do país, James Myikal, disse que «por nenhuma razão se pode permitir alimentar pessoas com comida para cães».A proprietária e fundadora da empresa Mighty Mix, Christine Drummond, conhecida na Nova Zelândia pelos biscoitos para cão que fabrica, já respondeu. De acordo com a responsável, o alimento em causa é muito nutriente, tem um sabor agradável, e a própria Drummond come os biscoitos todas as manhãs. A dona da Mighty Mix adiantou ainda que fez a doação através de uma organização de caridade queniana não como comida para cães para alimentar crianças, mas como «suplemento nutricional». A quantidade oferecida, afirma, poderia alimentar 160 crianças durante dois meses."
(in Diário Digital.sapo.pt)
N.B. A Dona Drummond come biscoitos de cão porque ainda não experimentou as torradas com manteiga das Marinhas da Pastelaria Rio Doce, em Esposende.