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Como Camões perdeu o olho (ou a história da salsicha desprezada)
Posted by fractalview
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11:13
A noite vai já longa. O petiz Aldónio, cansado mas ávido de alargar horizontes para além do recôndito lugarejo nas proximidades de Celorico de Basto, onde habita, segura ainda nas mãos o livro que encontrou. Depois de viagens à promíscua corte de D. João e ao entusiasmo de um D. Manuel "gourmet", começam a pesar-lhe as pálpebras.
"Mas que estranho livro este, que me faz renunciar a um prato de fumegantes moelas em troca de horas de divagações intelectuais", pensa Aldónio. Bem, o pensamento real ocorreu em moldes diferentes, mas o vocabulário que perpassou na mente do catraio não é adequado a tão nobre blog. Decide dirigir-se à cozinha para saciar o estômago e abandonar essas "leituras do Diabo", como lhe chama a mãe, Dotília, ciosa da educação de seu filho. Mas algo o impele a levar o poeirento livro na mão.
Chega Aldónio à cozinha, escura e solitária. A mãe ,Dotília, já o tinha avisado que tinha chamado Ti Chico Larilas para a ajudar a fazer os regos do quintal. O petiz estranhara, de início, não ouvir o barulho das sacholas e sim um estranho arfar proveniente do quintal, mas imbuído da sua recente sofisticação cultural, logo pensa: "Isto são aquelas máquinas novas. A minha mãe bem gostava da sachola, mas é porque o Ti Chico a convenceu a aderir às novas tecnologias. Mas que barulho estranho que faz...".
Investigando as possibilidades gastronómicas da casa, a desilusão cedo se apodera de Aldónio. O presunto desaparecera, as chouriças já lá não moravam e restava apenas uma bucha de pão duro e ressequido. "Isto não é vida! Qualquer dia tenho que recorrer ao Banco Alimentar contra a Fome!", pensa o garoto, desesperado. Não lhe resta outra alternativa senão conformar-se e comer a bucha. Enquanto rumina a côdea, o cansaço vai-se apoderando de Aldónio. Na televisão, a saga de Nalini e Margarida (que interessara a Aldónio, em tempos, devido às curvas da indiana de "Fascínios") prova que o dia deu lugar à noite.
É tarde. O jovem incauto acaba por adormecer com a mão o que resta do pão e a cabeça em cima da contracapa do livro, onde se conta a história de um tal de "Camões", que, presumia ele, devia ser o dono da gráfica onde se imprimira a obra, já que usava um aparelho para não lhe entrar poeira para os olhos. O dinheiro não devia era abundar, porque o tal senhor só tinha conseguido comprar um.
"Mui ingrata é esta de vida de trovador. Não bastava a minha pessoa ter estado em duras batalhas cos infiéis e agora ainda me vem este tal de Gonçalo Borges fazer com que a mostarda me chegue ao nariz. Mais a pobreza atroz que m'atormenta, eu q'outrora fui homem de convívio com os Condes de Linhares...bem que a mui bela e fermosa irmã de D.Manuel, de cujos favores disfruto na plenitude (e que plenitude) poderia abastecer mui nobremente a minha bolsa, mas consta que el-rei anda a gastar o património luso em brigadeiros de chocolate e caril da Índia." Assim pensa Luís, vagueando pelas tabernas de Lisboa em que ainda tem crédito e fazendo planos de viagens e aventuras que lhe permitam escrever um best-seller como o tal de Código Da Vinci, que tinha dado a Dom Brão fama e fortuna. Mas não são tempos aureos, estes. Regressado de Ceuta, onde tinha visto os famosos Tahar El-Khalej e Hassan Nader a vender tapetes e combatido os infiéis M'Jid, Hajry e Tarik Sektioui, voltara com as mãos vazias. Mais ainda, o tal de Gonçalo Borges achincalhara-o com o vergonhoso dito "Olha a flor, não tem onde cair morto, nem sequer dinheiro para um faisão recheado, mas anda ali cheio de rendas e com ar de intelectual! E se fosses mas é ao outlet comprar umas calças de jeito?!". Luís não resistira e, humilhado pela referência às rendas, especialmente as das calcinhas curtas, à moda de universitário de Bracara Augusta, tinha-lhe batido repetidamente com um pau de marmeleiro, enquanto dizia "Mui pobre de espírito sois, ó Borges, que não distinguis a elegância de um traje nobre de uns vis trapos do outlet!". Tal contenda tinha deixado Luís fatigado e com um buraco no estômago. Envergonhado, decidira recorrer ao único local possível para saciar a sua fome: à Sopa dos Pobres. "Mui nobre serei sempre, e o vil tratamento de que fui alvo servirá de justificação para preservar a minha honra.", pensa.
Dirigindo-se à fila de mendigos que espera de tigela na mão, Luís repara numa estranha personagem que se aproxima, com roupas estranhas ("São de outlet", pensou, com sentimento de culpa) e pergunta: "Quem sois vós, ó forasteiro, cuja face ainda não hei vislumbrado desde que regressei a Lisboa? E donde vindes, vós cujo traje mui nobre (mentia ele) revela vossa presença em lugares distantes? Haveis estado também na luta contra os infiéis? Tendes sido também vilipendiado ao ponto de recorrer à Sopa dos Pobres?"
O forasteiro, com ar ensonado, responde: "Ó migo, eu parece-me que o conheço de qualquer lado...vossemecê num tinha uma tipografia lá pa Celorico? Bem, deixe lá, que eu também já num penso dreito. Tou c'uma fome, qu'era capaz de dar conta d'uma panela de bifanas sozinho! Num tou é a ver o qu'é isso da Sopa dos Pobres. Eu num sou rico, mas ao menos a minha mãe tem lá em casa uma caixa de sapatos c'umas notitas! Agora comidinha qu'é boa é que nada...comi meia bucha e nem me encheu o buraco do dente. Sim, num se admire, só tenho este. A minha mãezinha diz qu'é de eu ter caído a um alçapão quando era mais catraio. Mas adiante. Eu venho ao Banco Alimentar Contra a Fome. Vi no telejornal qu'havia pr'aqui toneladas de comida e eu sou home pa comer um tacho de bacalhau assado com batatas a murro."
Animados, em amena cavaqueira, fascinados com a descoberta de exóticas e tão diferentes experiências de vida, Aldónio e Luís lá seguem na fila. Já perto do tão almejado manjar, Luís comenta "Ó nobre amigo Aldónio, acaso não achais mui feiito o traje dos funcionários desta instituição?", ao que Luís, assentindo com a cabeça, responde "Se acho, S'Luís. Isto da t-shirt por cima da camisa é uma panasquice do carago, mas até no programa da Árvore das Patacas há um que anda assim vestido...modernices, é o que é!"
Chega a vez dos nossos companheiros. Explicadas as suas razões, os funcionários, solícitos, entregam-lhe uma lata de salsichas e um pacote de massa. O leitor, culto e dotado como é, decerto adivinhará o que se segue. Não, não aparece uma criada que se apaixona pelo filho do patrão. Isso é chão que já deu uvas.
"Mas que estranho livro este, que me faz renunciar a um prato de fumegantes moelas em troca de horas de divagações intelectuais", pensa Aldónio. Bem, o pensamento real ocorreu em moldes diferentes, mas o vocabulário que perpassou na mente do catraio não é adequado a tão nobre blog. Decide dirigir-se à cozinha para saciar o estômago e abandonar essas "leituras do Diabo", como lhe chama a mãe, Dotília, ciosa da educação de seu filho. Mas algo o impele a levar o poeirento livro na mão.
Chega Aldónio à cozinha, escura e solitária. A mãe ,Dotília, já o tinha avisado que tinha chamado Ti Chico Larilas para a ajudar a fazer os regos do quintal. O petiz estranhara, de início, não ouvir o barulho das sacholas e sim um estranho arfar proveniente do quintal, mas imbuído da sua recente sofisticação cultural, logo pensa: "Isto são aquelas máquinas novas. A minha mãe bem gostava da sachola, mas é porque o Ti Chico a convenceu a aderir às novas tecnologias. Mas que barulho estranho que faz...".
Investigando as possibilidades gastronómicas da casa, a desilusão cedo se apodera de Aldónio. O presunto desaparecera, as chouriças já lá não moravam e restava apenas uma bucha de pão duro e ressequido. "Isto não é vida! Qualquer dia tenho que recorrer ao Banco Alimentar contra a Fome!", pensa o garoto, desesperado. Não lhe resta outra alternativa senão conformar-se e comer a bucha. Enquanto rumina a côdea, o cansaço vai-se apoderando de Aldónio. Na televisão, a saga de Nalini e Margarida (que interessara a Aldónio, em tempos, devido às curvas da indiana de "Fascínios") prova que o dia deu lugar à noite.
É tarde. O jovem incauto acaba por adormecer com a mão o que resta do pão e a cabeça em cima da contracapa do livro, onde se conta a história de um tal de "Camões", que, presumia ele, devia ser o dono da gráfica onde se imprimira a obra, já que usava um aparelho para não lhe entrar poeira para os olhos. O dinheiro não devia era abundar, porque o tal senhor só tinha conseguido comprar um.
"Mui ingrata é esta de vida de trovador. Não bastava a minha pessoa ter estado em duras batalhas cos infiéis e agora ainda me vem este tal de Gonçalo Borges fazer com que a mostarda me chegue ao nariz. Mais a pobreza atroz que m'atormenta, eu q'outrora fui homem de convívio com os Condes de Linhares...bem que a mui bela e fermosa irmã de D.Manuel, de cujos favores disfruto na plenitude (e que plenitude) poderia abastecer mui nobremente a minha bolsa, mas consta que el-rei anda a gastar o património luso em brigadeiros de chocolate e caril da Índia." Assim pensa Luís, vagueando pelas tabernas de Lisboa em que ainda tem crédito e fazendo planos de viagens e aventuras que lhe permitam escrever um best-seller como o tal de Código Da Vinci, que tinha dado a Dom Brão fama e fortuna. Mas não são tempos aureos, estes. Regressado de Ceuta, onde tinha visto os famosos Tahar El-Khalej e Hassan Nader a vender tapetes e combatido os infiéis M'Jid, Hajry e Tarik Sektioui, voltara com as mãos vazias. Mais ainda, o tal de Gonçalo Borges achincalhara-o com o vergonhoso dito "Olha a flor, não tem onde cair morto, nem sequer dinheiro para um faisão recheado, mas anda ali cheio de rendas e com ar de intelectual! E se fosses mas é ao outlet comprar umas calças de jeito?!". Luís não resistira e, humilhado pela referência às rendas, especialmente as das calcinhas curtas, à moda de universitário de Bracara Augusta, tinha-lhe batido repetidamente com um pau de marmeleiro, enquanto dizia "Mui pobre de espírito sois, ó Borges, que não distinguis a elegância de um traje nobre de uns vis trapos do outlet!". Tal contenda tinha deixado Luís fatigado e com um buraco no estômago. Envergonhado, decidira recorrer ao único local possível para saciar a sua fome: à Sopa dos Pobres. "Mui nobre serei sempre, e o vil tratamento de que fui alvo servirá de justificação para preservar a minha honra.", pensa.
Dirigindo-se à fila de mendigos que espera de tigela na mão, Luís repara numa estranha personagem que se aproxima, com roupas estranhas ("São de outlet", pensou, com sentimento de culpa) e pergunta: "Quem sois vós, ó forasteiro, cuja face ainda não hei vislumbrado desde que regressei a Lisboa? E donde vindes, vós cujo traje mui nobre (mentia ele) revela vossa presença em lugares distantes? Haveis estado também na luta contra os infiéis? Tendes sido também vilipendiado ao ponto de recorrer à Sopa dos Pobres?"
O forasteiro, com ar ensonado, responde: "Ó migo, eu parece-me que o conheço de qualquer lado...vossemecê num tinha uma tipografia lá pa Celorico? Bem, deixe lá, que eu também já num penso dreito. Tou c'uma fome, qu'era capaz de dar conta d'uma panela de bifanas sozinho! Num tou é a ver o qu'é isso da Sopa dos Pobres. Eu num sou rico, mas ao menos a minha mãe tem lá em casa uma caixa de sapatos c'umas notitas! Agora comidinha qu'é boa é que nada...comi meia bucha e nem me encheu o buraco do dente. Sim, num se admire, só tenho este. A minha mãezinha diz qu'é de eu ter caído a um alçapão quando era mais catraio. Mas adiante. Eu venho ao Banco Alimentar Contra a Fome. Vi no telejornal qu'havia pr'aqui toneladas de comida e eu sou home pa comer um tacho de bacalhau assado com batatas a murro."
Animados, em amena cavaqueira, fascinados com a descoberta de exóticas e tão diferentes experiências de vida, Aldónio e Luís lá seguem na fila. Já perto do tão almejado manjar, Luís comenta "Ó nobre amigo Aldónio, acaso não achais mui feiito o traje dos funcionários desta instituição?", ao que Luís, assentindo com a cabeça, responde "Se acho, S'Luís. Isto da t-shirt por cima da camisa é uma panasquice do carago, mas até no programa da Árvore das Patacas há um que anda assim vestido...modernices, é o que é!"
Chega a vez dos nossos companheiros. Explicadas as suas razões, os funcionários, solícitos, entregam-lhe uma lata de salsichas e um pacote de massa. O leitor, culto e dotado como é, decerto adivinhará o que se segue. Não, não aparece uma criada que se apaixona pelo filho do patrão. Isso é chão que já deu uvas.
O que acontece a seguir é...o caos, o horror, a devastação: Aldónio, enfurecido, berra a plenos pulmões: "Que c.... é esta m...?!Um gajo vem p'aqui pa comer comida d'home e estes panascas dão-nos sausichas e massa?! O c.... que os f..., se eu como isto!!!!Eu bem vi no blog do PDQC como se fazia o fiambrino e aposto qu'esta m... é feita da mesma maneira!Comei vós as p... das salsichas, ó c... do c...!!!!". Enquanto vocifera impropérios, atira em volta com tudo o que lhe aparece à frente: massa, arroz, atum e salsichas. Um das funcionárias, de nome Marília, grita com voz pungente e irritante: "Ai, qu'este ainda é pior que a Catrina!Eu vou dizer ao eu avô, senhor!!E à DT também!!!".
Mas Aldónio, qual Incrível Hulk, está descontrolado. Não pára de semear o caos e de vociferar. Mas a tragédia-mor avizinha-se.
Luís, que assistia a tudo com o ar incrédulo e admirado de quem pensava "Um dia hei-de escrever sobre isto. Qual Hércules, luta heroicamente contra o vil exército que lhe serve salsichas "Bockwurst"...Decerto sente vilipendiado o nome de Portugal, ao ver fornecimento germânico, doutra forma não combateria de forma tam sentida e viril. Que façanha, esta a que assisto! A minha mente ilumina-se...até já sei como começar...falo um bocado das praias lusitanas, do mar e tal, para atrair os turistas, falo dos Reis, a ver se me dão uns trocados e, logo no canto I, lá pa 11ª estrofe, afinfo-lhe:
"Ouvi, que não vereis com vãs façanhas,
Fantásticas, fingidas, mentirosas,
Louvar os vossos, como nas estranhas
Musas, de engrandecer-se desejosas:
As verdadeiras vossas são tamanhas,
Que excedem as sonhadas, fabulosas;Que excedem Rodamonte, e o vão Rugeiro,
E Orlando, inda que fora verdadeiro"
Repentinamente, tudo escurece, para Luís. Tenta olhar em volta, mas apenas consegue vislumbrar meio Aldónio, meia Marília e metades de alimentos. A escuridão abate-se sobre ele...nunca saberá o que aconteceu. A visão, turva. Um dos olhos, inutilizado. Ao seu lado, uma gorda salsicha "Bockwurst", outrora parte das SS e da Gestapo, conselheira de todas as horas de Adolfo Heath L(edg)er acaba de atingir Luís, com a maldade estampada no corpo escorregadio e ensopado em óleo.
Amanhece. Aldónio acorda, estremunhado. Dá-se conta que adormeceu à mesa e que por lá passou a noite...sente um estranho ardor no seu corpo, uma espécie de cansaço culpado, como se tivesse vindo de uma daquelas bulhas com o Tó Milho. Um estranho aroma a salsichas paira no ar. À sua frente, continua a foto de Luís de Camões, na contracapa do livro maldito. Mas Aldónio sente que algo mudou para sempre. Para ele, para Camões e para a salsicha "Bockwurst".
P.S. Perdão pelo tamanho do texto. A paráfrase corre no sangue dos membros do PDQC. Procuraremos ser mais concisos no futuro. Eventualmente. Um dia. Talvez. Bem, se calhar até não. Pronto, tá assumido, não.
Mas Aldónio, qual Incrível Hulk, está descontrolado. Não pára de semear o caos e de vociferar. Mas a tragédia-mor avizinha-se.
Luís, que assistia a tudo com o ar incrédulo e admirado de quem pensava "Um dia hei-de escrever sobre isto. Qual Hércules, luta heroicamente contra o vil exército que lhe serve salsichas "Bockwurst"...Decerto sente vilipendiado o nome de Portugal, ao ver fornecimento germânico, doutra forma não combateria de forma tam sentida e viril. Que façanha, esta a que assisto! A minha mente ilumina-se...até já sei como começar...falo um bocado das praias lusitanas, do mar e tal, para atrair os turistas, falo dos Reis, a ver se me dão uns trocados e, logo no canto I, lá pa 11ª estrofe, afinfo-lhe:
"Ouvi, que não vereis com vãs façanhas,
Fantásticas, fingidas, mentirosas,
Louvar os vossos, como nas estranhas
Musas, de engrandecer-se desejosas:
As verdadeiras vossas são tamanhas,
Que excedem as sonhadas, fabulosas;Que excedem Rodamonte, e o vão Rugeiro,
E Orlando, inda que fora verdadeiro"
Repentinamente, tudo escurece, para Luís. Tenta olhar em volta, mas apenas consegue vislumbrar meio Aldónio, meia Marília e metades de alimentos. A escuridão abate-se sobre ele...nunca saberá o que aconteceu. A visão, turva. Um dos olhos, inutilizado. Ao seu lado, uma gorda salsicha "Bockwurst", outrora parte das SS e da Gestapo, conselheira de todas as horas de Adolfo Heath L(edg)er acaba de atingir Luís, com a maldade estampada no corpo escorregadio e ensopado em óleo.
Amanhece. Aldónio acorda, estremunhado. Dá-se conta que adormeceu à mesa e que por lá passou a noite...sente um estranho ardor no seu corpo, uma espécie de cansaço culpado, como se tivesse vindo de uma daquelas bulhas com o Tó Milho. Um estranho aroma a salsichas paira no ar. À sua frente, continua a foto de Luís de Camões, na contracapa do livro maldito. Mas Aldónio sente que algo mudou para sempre. Para ele, para Camões e para a salsicha "Bockwurst".
P.S. Perdão pelo tamanho do texto. A paráfrase corre no sangue dos membros do PDQC. Procuraremos ser mais concisos no futuro. Eventualmente. Um dia. Talvez. Bem, se calhar até não. Pronto, tá assumido, não.