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Que s'a foda!

Posted by fractalview on 18:25 in , , ,
É a mais pura das verdades: não somos omnipresentes, nem omnipotentes. Não somos omniscientes. Mais: nem sequer trabalhamos na Omni. E isso custa. Custa ainda mais quando nos apercebemos de que há tanta coisa que está fora do nosso controlo que nos convencemos de que é possível fazermos as nossas próprias leituras do contador da luz, só pa lixar a EDP e podermos dizer: aqui mando eu! Mas a verdade é que não.
Ainda que possa soar a ode de um amargurado, a verdade nua e crua é que, às vezes, não temos qualquer poder sobre o mundo que nos rodeia: queremos ter mais tempo para brincar e não conseguimos. Queremos passar mais tempo com que nos ama e amá-los mais ainda e não conseguimos. Queremos ter ideias geniais e não conseguimos. Se as temos - e, perdoem-me a falta de modéstia, mas a prova de que o Mundo não é apenas feito de gente ignorante somos nós - não conseguimos colocá-las em prática ou não nos deixam. Queremos indignarmo-nos, mas também queremos que a nossa indignação seja produtiva. E não conseguimos. Aliás, às vezes até conseguimos, mas as pessoas confundem-nos com não indignados. Queremos ter um blogue. Queremos que seja um blogue bom, que faça rir quem nos lê e que nos faça rir a nós mesmos. Que nos permita ter o prazer de escrever o que de menos mau nos vem à tola sem grandes preocupações intelectuais. E não conseguimos.

"Ora, abranda aí, Raimundo, que ias bem mas lixaste tudo."

Tens razão. Realmente até conseguimos. Quem abre esta página vê um blogue. Está bem, é um blogue em estado vegetativo, ligado à máquina, que sobrevive à base de desfibrilhações do SomNaCaixa, que é mais teimoso do que nós todos juntos e ao vivo. Mas quem também se der ao trabalho de ver as página mais antigas, verá que andámos aqui a perder tempo de forma genialmente útil. E que, se ninguém nos liga, ao menos nós ligamos a nós próprios e uns aos outros. Por isso, conseguimos o que conseguimos e já é bem bom.

Tendo em conta tudo isto, sinto-me à vontade para o dizer: umas vezes conseguimos. Outras não. Mas tentamos sempre. E quando não corre bem, podemos sempre abrir a goela e soltar umas das mais sentidas e fiéis expressões da Língua Portuguesa. Com sotaque nortenho e com perdigotos à mistura: QUE SE FODA!


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