Lição de História Gastronómica (ou) A Passagem do Gourmet Celestial pela Terra.

Tendo em conta que os numerosos (alguns deles têm uma barriga que vale por duas) membros do PDQC são parte de uma pseudo-classe profissional que chafurda entre a inteligência da juventude de amanhã, desta feita decidimos deixar o(s) nosso(s) leitor(es) - os (s) são de esperança - com uma pequena lição de História.

Porém, como a História é maioritariamente feita de estórias, atente-se no papel que o Grande Chefe teve na gastronomia e em como as prateleiras dos supermercados mudaram após a Sua passagem.

Antes do Chefe
10.000 a.C. – Primórdios da Agricultura; cultivo de cereais e fabrico rudimentar de pão; sal, peixe e arroz já são usados na alimentação;

8.000 a.C. – lentilhas; (já agora punham as lentilhas em 1º lugar, não?!Isso é como colocar o Avintes na Liga dos Campeões!)

7.000 a.C. – feijões;

6.500 a.C. – Domesticação generalizada do gado, embora já existisse gado caprino e porcino doméstico desde 9.000 a.C. e 7.000 a.C. respectivamente; (lá está...aqui começa o mito de que a pá de porco recheada se desenvolve no supermercado)

6.000 a.C. – queijo e milho;

5.500 a.C. – mel e açúcar de cana;

5.000 a.C. – azeite e abóboras;

4.000 a.C. – uvas, laranjas e melancias;

3.600 a.C. – pipocas; (Menu 1: venha a um apredejamento e leve grátis o seu pacote de pipocas na compra de 3 paralelos!)

3.200 a.C. – domesticação das galinhas;

3.000 a.C. – sopa, cevada, cenouras, ervilhas, favas, cebolas, pimenta;

2.800 a.C. – rebentos de soja; (obviamente, vinham em latinhas amarelas. Serviam também como isco - os peixes da altura eram mais fáceis de enganar e as minhocas eram caras.)

2.700 a.C. – chá;

2.600 a.C. – cogumelos;

2.500 a.C. – batatas;

2.000 a.C. – alfarroba;

1.500 a.C. – amendoim e chocolate; (Menu 2: assista a uma crucificação na mágica companhia de Toblerone)

1.000 a.C. – pepino e pickles; (o típico trolha não muda de hábitos. Desde esta época que mantém o hábito de comer um prato de pickles a meio da tarde. A cerveja que os acompanhava é que mudou - agora tem nome medieval - Bohemia, Abadia, etc.)

900 a.C. – tomates verdes;

600 a.C. – couves;

500 a.C. – salsichas e alcachofras; (e andava eu a associar as salsichas Bockwurst à Gestapo. Afinal são tão santas que foram comidas pelos tetravós do João Baptista)

400 a.C. – pasta e beterraba;

300 a.C. – bananas;

200 a.C. – espargos;

65 a.C. – marmelos. (que bela maneira de terminar esta época! - piada brejeira obrigatória ao abrigo do decreto-lei Malucos do Riso/97)

Durante a passagem do Divino Gourmet pelo Planeta da Degustação

27 e.C.c.a. * (mais coisa, menos coisa) - Pães, Peixes e Vinho Instantâneo (em vez de juntar água, bastava juntar uns fiéis esfomeados numa encosta ou uns convidados dados à pinga nas Bodas de Canaã)

Depois do Chefe
100 d.C. – mostarda, pudins, morangos, alcaparras, nabos, gelado;

200 d.C. – sushi; (altura ideal para começar a angariar membros para esta comunidade- de que outra maneira se pode explicar as 238 pobres almas que dedicam a sua vida a...comer sushi?!)

600 d.C. – beringela;

700 d.C. – espinafres

900 d.C. – bacalhau; (aqui, digam o que disserem, começou a diàspora portuguesa - neste ano nasceram o Gomes de Sá, o Brás e as Migas)

1.000 d.C. – nêsperas;

1.300 d.C. – introdução do açúcar em Inglaterra, a partir do Médio Oriente; hambúrgueres e waffles; (na altura o empresário do açúcar também ofereceu fish and chips, mas o povo não gostava de nomes esquisitos)

1.500 d.C. – agrião e panquecas; lagosta, perú, abacate (entre outros) começam a ser trazidos do Novo Mundo para a Europa;

1484 d.C. – cachorro quente; (o cachorro já andava por aí. O hábito de começar a aquecê-lo surgiu entre os imaginativos mendigos portugueses e numa tasca de Alfama que o servia como perna de cabrito assada.)

1493 d.C. – introdução de ananás na Europa;

1517 d.C. – introdução de batata doce na Europa;

1529 d.C. - introdução de baunilha na Europa;

1544 d.C. - introdução de tomate na Europa;

1545 d.C. - introdução do Cherne na Comissão Europeia;

1554 d.C. – queijo Camembert;

1615 d.C. – introdução de café na Europa;

1.800 d.C. – batatas fritas e bolachas de água e sal (crackers);

1747 d.C. – açúcar de beterraba;

1756 d.C. – maionese e molho tártaro;

1762 d.C. – sanduíches;

1765 d.C. – 1.º restaurante do mundo abre em Paris (e paralelamente surgem as primeiras manifestações de independência da mulher - O que é o comer, Josefa? Ó Tone, e se hoje fossemos antes ao restaurante?)

1767 d.C. – água com gás; (e o povo das Pedras Salgadas a inventar que a água já vinha com as bolinhas...pfff!)

1819 d.C. – spaghetti;

1830 d.C. – refrigerantes;

1850 d.C. – marshmallows;

1856 d.C. – leite condensado;

1868 d.C. – molho Tabasco;

1869 d.C. – sopa enlatada Campbell; (esta nunca chegou a ser comida. Só apareceu porque um home que gostava de bananas e de repetir muitas vezes a mesma imagem precisava de alguma coisa pa pintar.)

1870 d.C. – margarina;

1876 d.C. – Heinz Ketchup; (começa a era dos efeitos especiais)

1886 d.C. – Coca-Cola;

1889 d.C. – Pizza (como a conhecemos hoje em dia);

1890 d.C. – manteiga de amendoim e chá Lipton; (Mas o chá não tinha já aparecido?!Ah, pois, mas este vem numas saquinhas!...Panões!)

1896 d.C. – Chop Suey; (como ninguém sabe bem o que é, pode muito bem ter aparecido por esta altura...)

1906 d.C. – atum em lata;

1904 d.C. – banana split;

1905 d.C. – chupa-chupas;

1906 d.C. – Corn Flakes Kellogg’s;

1913 d.C. – Bolachas Oreo; (pois, Q., não foste infiel às Coríntias com umas quaisquer...foste infiel com umas senhoras de provecta idade, o que é bastante nojento!)

1917 d.C. – Donuts e Vichyssoise; (Donuts e quem?!)

1924 d.C. – comida congelada;

1936 d.C. – barra de chocolate Mars;

1938 d.C. – Nescafé (1.º café solúvel instantâneo); (momento nostálgico)

1941 d.C. – M&Ms;

1955 d.C. – 1.º Restaurante MacDonald’s;

1959 d.C. – gelado Haagen-Dazs;

2008 d.C. - tupperware rosa fuchsia do PDQC

8 de Julho de 2008 d.C. - Pão de forma integral Bimbo com manteiga e chocolate de cozinha Pantagruel (que querem, tenho fome...)

*e.C.c.a. - enquanto Cristo cá andava